domingo, 4 de julho de 2010

A arte de transgredir (uma introdução a Roberto Piva)

João Silvério Trevisan

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1.

A história pessoal do poeta Roberto Piva começa e gira em torno da cidade de São Paulo. Ele cresceu e formou-se entre a capital e as antigas fazendas do pai, no interior do Estado de São Paulo. Seus primeiros poemas foram publicados em 1961, quando tinha 23 anos. Nessa mesma época, integrou a famosa Antologia dos Novíssimos, de Massao Ohno, na qual se lançaram vários poetas brasileiros iniciantes, que depois desenvolveram uma obra poética de importância. Piva formou-se em sociologia. Sobreviveu em grande parte como professor de estudos sociais e história. Em suas aulas aos adolescentes do segundo grau, costumava trabalhar as matérias a partir de poemas que os fazia ler e interpretar. Foi um professor de muito sucesso, com rara vocação como pedagogo. Nos anos de 1970, tornou-se produtor de shows de rock. Piva mora em São Paulo, cidade que lhe parece apocalíptica, exemplo do que não deve ser feito contra o meio ambiente, mas que forneceu todo o pano de fundo para sua obra poética. Tem medo de avião.

Por isso, raramente se distanciou demais da capital, de onde foge sempre que pode, de ônibus ou carro, sobretudo para o litoral sul do estado de São Paulo, refugiando-se em casa de amigos na Ilha Comprida ou em pensões baratas de Iguape. É lá que realiza seus rituais xamânicos e entra em contato com seu animal xamânico, o gavião.


segunda-feira, 10 de maio de 2010

A nova arte, segundo Tião Nunes

Por romério rômulo - no blog do Luis Nassif

nassif:
um pouco dos desdobramentos reais da arte, na coluna do tião nunes

.:: O TEMPO ::.

por Tião Nunes

Até a Idade Média, e antes da ascensão da burguesia, nenhum artista era mais importante que o cozinheiro, opinião, aliás, de muita sabedoria

Só no século XX e neste princípio do XXI o artista se tornou, de fato, um fora de série, se não pela obra, ao menos pela extravagância

Salvador Dalí percebeu, como ninguém até então, a importância da autopromoção, do valor
de “espantar a burguesia”

Aos poucos, e bem devagarinho, a preferência do artista pela exibição pessoal em oposição à obra começou a predominar